ANAC reajusta tarifas do Aeroporto de Salvador

Toda a tabela de tarifas praticadas pela concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Salvador (BA) foi reajustada hoje (31 de março) por determinação na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Os percentuais de aumento são de 8,3471% ou 9,6630%, conforme o tipo de serviço. Esses índices, segundo informação da ANAC, consideram a “memória de cálculo do reajuste tarifário de 2021”. 

As novas tarifas poderão contribuir para o aumento do preço das passagens aéreas. De imediato, o consumidor que inicia viagem ou faz conexão no Aeroporto de Salvador perceberá os novos valores das taxas de embarque doméstico (R$ 35,55), embarque internacional (R$ 62,96) e conexão doméstica ou internacional (R$ 10,88). 

Bahia começa a desativar contêineres para cadáveres

A Secretaria da Saúde da Bahia (SESAB) começou a desativar parte dos contêineres refrigerados alugados para o armazenamento temporário de corpos de vítimas da COVID-19. O primeiro equipamento desmobilizado foi utilizado pelo Hospital Ernesto Simões, localizado no bairro do Pau Miúdo, em Salvador. Dois contêineres permanecerão em funcionamento naquele hospital. 

Em maio, Olho Público noticiou com exclusividade a contratação de instalações para guarda de cadáveres de vítimas doença causada pelo vírus SARS-COV-2, que já matou 26,3 mil pessoas na Bahia. Além do Ernesto Simões, três outros hospitais da capital baiana receberam contêineres refrigerados: Couto Maia, Espanhol e Arena Fonte Nova. 

Unidades públicas de saúde em Lauro de Freitas, Feira de Santana, Itabuna, Jacobina, Barreiras e Vitória da Conquista também foram equipadas com contêineres para armazenamento de cadáveres. 

Todos os contêineres refrigerados alugados pela SESAB são fornecidos por uma única empresa, a Stillo Produções. No caso do Ernesto Simões, o custo mensal unitário é de R$ 7,5 mil. Segundo informação obtida por Olho Público junto a um fabricante desse tipo de equipamento, cada contêiner pode armazenar temporariamente até 200 cadáveres. 

Hospital militar em Salvador vai dobrar de tamanho

O futuro das instalações do Hospital do Exército, um dos prédios mais antigos de Salvador (BA), foi definido. A ideia de transferir a unidade para área da Polícia do Exército, na Av. Paralela, foi descartada. Em vez de construir novas instalações, o edifício localizado no bairro de Brotas, passará por mais uma reforma. O edital para escolha da empresa responsável pela obra foi divulgado hoje (26 de agosto). 

Olho Público apurou que a decisão pela reforma é uma questão de economia, ou seja, sairá mais barato para o Exército reformar o prédio da Ladeira dos Galés. Com a construção de mais 7,5 mil metros quadrados, o Hospital do Exército dobrará de tamanho. Serão construídos novos prédios e um edifício-garagem. 

Embora não seja tombado, o Hospital do Exército tem valor histórico. Naquele terreno ainda existem reminiscências do Solar do Barão da Castro Neves, que em 1872 foi adquirido para alojar o Hospital Militar. No interior da unidade de saúde existem peças de decoração alusivas à atuação do Exército, inclusive um vitral que homenageia os “heróis” de Canudos. 

Fonte militar consultada por Olho Público informou que a reforma do Hospital do Exército preservará a parte histórica do prédio. Em breve, o blog informará o valor investido na obra e se a reforma terá impacto no atendimento a militares, pensionistas, servidores civis e dependentes. 

Escola de Saúde em Salvador 

Outra novidade que Olho Púbico antecipa em primeira mão é transferência da Escola de Saúde do Exército para Salvador. A unidade, que realiza concurso para médicos, dentistas e farmacêuticos interessados em fazer carreira como oficial do Exército, é sediada no Rio de Janeiro. 

A nova Escola de Saúde do Exército funcionará no bairro da Pituba, na área da Escola de Formação Complementar do Exército e do Colégio Militar. Com a mudança, médicos da Bahia aprovados no concurso não terão que migrar para o Rio. A inauguração da nova Escola de Saúde do Exército deve acontecer em 2022. 

Multinacional do segmento químico terá fábrica em Passé

Com sede em Chicago (EUA), a Chlorum Solutions obteve licença prévia para uma planta no Parque Industrial Mário Pachêco Cruz, em São Sebastião do Passé, município da Região Metropolitana de Salvador. A empresa pretende produzir ácido clorídrico, hipoclorito de sódio hidróxido de sódio e salmoura de alta pureza. 

O licenciamento ambiental do empreendimento é conduzido pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA). Na fase atual, o órgão estadual fará a análise da viabilidade ambiental do negócio. Para construir a planta e iniciar a produção, a Chlorum Solutions ainda terá que obter as licenças de implantação e de operação. 

Por enquanto, a única planta ativa da Chlorum Solutions no Brasil fica no Ceará. Outra fábrica está sendo construída em Codó (MA). A empresa também tem operação no Uruguai. O site da empresa não cita a fábrica que será construída na Bahia. 

Uma das vantagens competitivas apresentadas pela multinacional é a não utilização de cloro gasoso no processo de produção. A exposição a esse tipo de gás oferece perigo à saúde humana. 

Há dois anos, a Chlorum Solutions captou R$ 110 milhões para iniciar expansão no Brasil. O acionista majoritário da multinacional é uma empresa norte-americana que opera nos segmentos imobiliário e de fundos de investimento do tipo private equity. 

PMHPQB quer ser o segundo partido fundado por negros

A capital baiana é a sede do que poderá ser o segundo partido negro do Brasil. A edição de hoje (12 de agosto) do Diário Oficial da União traz o estatuto e o programa do Partido das Mulheres e Homens Pretos e Quilombolas do Brasil (PMHPQB). Olho Público conversou com o idealizador do partido, que revelou que a publicação feita na data em que a Revolução dos Búzios completa 223 anos foi uma feliz coincidência.

Quem assina os dois documentos como presidente do PMHPQB é o técnico em edificações aposentado Everaldo Gomes Pereira, 68 anos. Ele se apresenta como uma pessoa insatisfeita com o espaço ocupado por negros e negras na política. “Quem manda no sistema são os partidos. Não há um partido comandado por negros”, diz. Everaldo afirma que nunca teve ligação com partidos políticos, mas cita a Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD), na qual ele é engajado, como berço do PMHPQB.

Fundada em 1823 e sediada no Pelourinho, a SPD foi criada por homens negros que se dedicavam à libertação de escravos, por meio da compra de cartas de alforria. A entidade, que também presta assistência a comunidades quilombolas, se mantém por meio de aluguéis de imóveis e de contribuições pagas por seus membros. Seus documentos de valor histórico são reconhecidos pelo Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Socialismo científico

Em seu estatuto, o PMHPQB se apresenta como entidade orientada “pelos princípios e pela teoria do socialismo científico”. O documento adianta que o partido “não participará de nenhuma coligação em qualquer pleito eleitoral”. Fazem parte dos objetivos do PMHPQB “proporcionar a igualdade social para todas as pessoas” e “promover e incentivar ações contra: o genocídio da população preta; contra o extermínio da juventude preta; contra a homofobia, feminicídio e racismo”.

A formalização do partido ainda depende de uma longa e custosa caminhada burocrática. A divulgação do estatuto e do programa é o estágio inicial. O casamento da publicação dos dois documentos com a data em que a Revolução dos Búzios completa 223 anos foi obra do acaso, garante Everaldo. O agendamento no Diário Oficial só foi confirmado na antevéspera. A publicação foi paga por uma vaquinha, o mesmo recurso utilizado pelos fundadores da SPD na compra de cartas de alforria.

Em 1930, surgia no Brasil a Frente Negra Brasileira (FNB), que em 1936 seria reconhecida como partido político, tornando-se a primeira organização desse tipo fundada por negros. Com sede em São Paulo e representações em diversos estados – incluindo a Bahia – a FNP era dividida em dois grupos divergentes, sendo que um deles apoiava a volta da monarquia, aliando-se à Ação Integralista Nacional. O outro tinha orientação socialista. A vida da FNP como partido foi bem curta, pois em 1937 todos os partidos políticos seriam extintos pelo presidente Getúlio Vargas.