Canabidiol: Justiça garante medicamento a paciente baiano

O Estado da Bahia tentou, mas não conseguiu cassar liminar que obriga o SUS a fornecer canabidiol para o tratamento de uma criança portadora do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), residente, residente em Guanambi.

A sentença que manteve liminar obtida pelo Ministério Público da Bahia foi publicada hoje (18 de junho). O texto da decisão, proferida pelo juiz Josevando Souza Andrade, da Segunda Câmara Cível, sinaliza que a criança possui “necessidade de medicação contínua”, e que seus pais não possuem condições financeiras para adquirir o Purodiol 200 (canabidiol 200 mg/l).

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou os pais da criança a importar medicamento, mas o Estado da Bahia alegou que não poderia fornecer o canabidiol, alegando que essa substância derivada da maconha não faz parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), e nem é incorporado ao SUS.

Em sua decisão, o juiz destacou o fato de que o caso da criança de Guanambi atende aos critérios estabelecidos por uma decisão de 2018, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que trata da obrigatoriedade do poder público de fornecer medicamentos ainda não incorporados ao SUS (Tema 106 do STJ).

“Em que pese a informação prestada pelo Estado que o medicamento prescrito não faz parte da lista RENAME, e por consequência, não é fornecido pelo SUS, a jurisprudência pátria já firmou o entendimento que, mesmo assim, subsiste o direito ao recebimento da medicação”, destacou o magistrado.

Hospital Aliança recebe autorização para obra de ampliação

Foi publicada hoje (18 de junho) a licença ambiental que autoriza a realização de obras de reforma e ampliação no Hospital Aliança (HA), em Salvador. O documento expedido pela Prefeitura de Salvador tem validade de quatro anos. Olho Público procurou a assessoria de imprensa do HA saber quando as obras serão iniciadas, mas não obteve resposta.

Conforme a autorização, o HA poderá ser ampliado em até 18 mil metros quadrados, o que incluirá a construção de uma nova torre. Essa obra é parte do acordo com a Rede D’Or São Luiz, grupo fluminense que adquiriu o HA em 2020. O terreno de 62 mil metros quadrados ocupado pela unidade hospitalar ainda pertence à Aliança da Bahia Patrimonial, que é a titular da licença ambiental.

COVID-19: Jannsen-Cilag cede vacinas excedentes para a UFBA

A farmacêutica Jannsen-Cilag, braço da Johnson & Johnson, cedeu à Universidade Federal da Bahia (UFBA) doses excedentes da vacina Ad26.COV2.S, que já recebeu autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Esse material é sobra da pesquisa de desenvolvimento do imunizante, que contou com participação de 60 mil voluntários no Brasil.

Além da Bahia, os testes com a vacina Ad26.COV2.S também foram realizados no Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. O protocolo de pesquisa na Bahia foi conduzido pelo Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, que é parte da estrutura da UFBA em Salvador.

Conforme informação publicada na edição de hoje (11 de junho) do Diário Oficial da União, as vacinas excedentes serão utilizadas em um “programa de acesso expandido”, prática regulamentada pela ANVISA em 2013, para “uso compassivo e fornecimento de medicamento pós-estudo”.

Isso significa que essas vacinas serão reservadas a “portadores de doenças debilitantes graves e/ou que ameacem a vida e sem alternativa terapêutica satisfatória”, conforme determina a resolução RDC nº 38, de 12 de agosto de 2013. Pessoas que participaram dos testes clínicos não poderão receber essas doses excedentes.

Olho Público procurou a assessoria de imprensa da UFBA para saber quantas doses da Ad26.COV2.S foram cedidas pela Jannsen-Cilag, e quando elas serão aplicadas, mas não houve resposta. A assessoria de imprensa da farmacêutica prometeu enviar uma resposta, que será incluída nessa matéria a qualquer momento.

Sífilis: volume de casos faz MP prorrogar monitoramento do combate à doença

Entre 2018 e 2019, o número de casos de sífilis por 100 mil habitantes em Salvador sofreu forte redução, caindo de 6.362 para 1.383 (diminuição de 78%), segundo dados obtidos por Olho Público junto ao Ministério da Saúde. Mas se forem comparados aos dados de 2010, quando Salvador registrou 12 casos para 100 mil habitantes, os números mostram que a evolução da doença na capital baiana permanece em patamar elevado.

Os dados referentes a 2020 ainda estão sendo computados pelo Ministério da Saúde. Até o final de junho do ano passado, foram detectados em Salvador 286 casos de sífilis para 100 mil habitantes. Para acompanhar o desempenho da Prefeitura de Salvador no combate à sífilis, o Ministério Público da Bahia decidiu prorrogar por mais um inquérito que deveria ter sido concluído ao final de maio.

Em 2018, o MP recomendou à Secretaria Municipal da Saúde que realizasse sindicância para “apurar as responsabilidades dos profissionais dos Postos de Saúde do Município de Salvador, referentes aos casos de sífilis congênita comunicados pelas Maternidades desta cidade, com identificação da origem da paciente através do Cartão SUS e seu endereço residencial”.

COVID-19: SESAB vai adquirir veículos para cadáveres de obesos

Com recursos liberados pelo governo federal “no contexto da emergência em saúde” provocada pela pandemia de COVID-19, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) vai adquirir dois veículos para reforçar a capacidade de atendimento do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em Salvador e municípios da Região Metropolitana.

Segundo o termo de referência da licitação, disponível no site Comprasnet Bahia (www.comprasnet.ba.gov.br), os dois “rabecões” serão destinados ao “recolhimento de corpos de pessoas obesas, bem como para trafegar em locais de difícil acesso e de grandes declives”. Os veículos precisam ser novos, fabricados com antecedência de seis meses da data de conclusão da licitação.

Empresas interessadas em ofertar propostas deverão entregar a documentação exigida em edital até a próxima sexta-feira (11 de junho), na Comissão Permanente de Licitação da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde, que funciona no prédio da SESAB (Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador (BA).