COVID-19: Bahia pagará R$ 486 milhões por doses da vacina Sputnik V

Foi publicado na edição de hoje (24 de junho) do Diário Oficial da Bahia o contrato do Governo da Bahia para aquisição da vacina russa contra a COVID-19, a Sputnik V. O valor da compra é de US$ 97,2 milhões, cifra equivalente a R$ 486 milhões.

O aviso na imprensa oficial não indica o número de doses contratado, mas sinaliza que o prazo para entrega é de até três anos, “com término em 14 de abril de 2024”. A publicação também traz a informação de que a execução do contrato está suspensa “até que seja obtida a autorização de importação excepcional da ANVISA”.

A Bahia é um dos sete estados que receberam autorização excepcional da ANVISA para importação limitada da vacina Sputnik V, em lotes separados das aquisições que também poderão ser feitas pelo Ministério de Saúde. Outros 12 estados também receberam aval da ANVISA para importar o imunizante fabricado na Rússia.

Até agora, a autorização dada à Bahia pela ANVISA permite a importação de 300 mil doses da Sputnik V. Em março, o Governo da Bahia anunciou assinatura de contrato com o Fundo Soberano Russo para aquisição de 9,7 milhões de doses da Sputnik V, mas o valor da transação não foi divulgado.

Vai faltar kit intubação na Bahia?

É notório o risco de que o Brasil pode sofrer um esgotamento geral dos estoques dos medicamentos do chamado “kit intubação”, recurso extremamente necessário para o tratamento de pacientes de COVD-19 em estado grave. Diante da inoperância do governo federal, estados e municípios precisam se virar para evitar a escassez.

Desde sua fundação, há pouco mais de três semanas, Olho Público vem tentando obter do poder público informações que possam tranquilizar (ou não) a sociedade, mas que também podem servir de alerta e chamamento a todos as partes que possam contribuir para impedir o pior.

No que diz respeito à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), as respostas dadas a Olho Público destoam da preocupação manifestada pelo governador Rui Costa, que foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) atrás de decisão que obrigue o Ministério da Saúde a comprar o kit intubação.

No dia 24 de março, a SESAB anunciou dispensa emergencial para compra do kit intubação, conforme noticiado em primeira mão por Olho Público.  Desde então, foram feitos três pedidos de informação sobre o andamento dessa compra: se há fornecedor contratado e se a quantidade adquirida é suficiente para evitar a escassez.

Somente hoje (31 de março), a SESAB respondeu a Olho Público, informando apenas que “a importação dos medicamentos que fazem parte do kit intubação está em andamento” e que “essa potencial nova compra não afeta o atual estoque, que se encontra abastecido”.

Por sua vez, a Prefeitura de Salvador anunciou hoje (31 de março) a prorrogação de cotações de preços de cinco medicamentos do kit intubação, em quantidades que chegam a 10 mil unidades, como é o caso do sedativo midazolan. A prorrogação também vale para atracúrio e rocurônio, que também estão entre os mais procurados pelas redes pública e privada de saúde.

É hora de coçar o bolso com mão aberta, pensar fora da caixa e unir esforços para evitar o pior. Enquanto não aparecem fornecedores, que sejam antecipadas soluções para aspectos como desembaraço aduaneiro e logística de distribuição, que podem ser gargalos até mesmo em momentos de crise. Na corrida pelo kit intubação, qualquer fração de tempo bem aproveitada fará diferença.

Ministério da Saúde autoriza abertura de leitos de UTI em Salvador e interior

Em resposta a uma ação ajuizada pelo governo da Bahia junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Saúde autorizou a abertura de 354 leitos de UTI para tratamento de pacientes com COVID-19 em Salvador, região metropolitana e interior da Bahia. O custo para o governo federal será de R$ 17 milhões. 

Salvador ficou com a maior parte dos leitos (269), que serão distribuídos da seguinte forma: Hospital do Subúrbio (118), Hospital Espanhol (64), Instituto Couto Maia (28), Hospital Ernesto Simões Filho (20), Hospital Santa Izabel (14), Hospital Sagrada Família (10) e Itaigara Memorial (10). 

O único município da Região Metropolitana (RMS) contemplado é Camaçari, que foi autorizado a abrir dez leitos de UTI no Hospital Santa Helena. Para o interior da Bahia foram autorizadas vagas para Feira de Santana (25), Jacobina (10), Paulo Afonso (10), Remanso (10), Itaberaba (5), Eunápolis (5), Barreiras (5) e Irecê (5). 

Olho Público enviou um pedido de informações à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) para saber se esses leitos já estão ativados ou se já existe prazo para o funcionamento. A SESAB informou por meio de nota que partes dos leitos já foi ativada e que o restante está disponível nas unidades de saúde contempladas até o final da semana.