Kit intubação: Prefeitura encontra fornecedor para medicamentos escassos

A Secretaria da Saúde do Salvador (SMS) conseguiu fornecedores para dois medicamentos que compõem o “kit intubação”, necessário para o tratamento de pacientes com COVID-19 ou outras enfermidades em estado grave. A informação faz parte de dois contratos de registro de preços firmados com duas empresas farmacêuticas, publicados hoje (16 de setembro).

O cisatracúrio e brometo de rocurônio praticamente despareceram do mercado, após o aumento da demanda provocado pela pandemia de COVID-19. Essas duas substâncias são bloqueadores neuromusculares, e atuam como anestesia, permitindo que o médico anestesiologista faça a intubação com conforto e segurança para o paciente de UTI.

Kit intubação: SESAB fecha negócio de R$ 6,4 milhões com a China

Na busca frenética por fornecedores, para evitar o esgotamento dos estoques de medicamentos utilizados em pacientes de UTI que dependem de intubação, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) conseguiu fechar compra de R$ 6,4 milhões com um fornecedor chinês, a Zhejiang Eazy Pharmchem (ZEP).

Esse contrato deve garantir à SESAB 108 mil ampolas do anestésico fentanil e um milhão de doses do sedativo midazolam, medicamento que praticamente desapareceu do mercado nacional, devido ao aumento de demanda provocado pela COVID-19. A informação à qual Olho Público teve acesso não informa a data de entrega desses medicamentos.

De um fornecedor nacional, a SESAB conseguiu adquirir 10 mil ampolas do analgésico dextrocetamina, 100 mil unidades de fentanil e 4 mil unidades de dopamina (neurotransmissor). Esses medicamentos, que também fazem parte do kit intubação, custaram R$ 1,2 milhão à SESAB.

Quando ao anestésico propofol, que também sumiu do mercado, a SESAB continua sem encontrar fornecedor. No final do mês passado, a SESAB comprou somente 4 mil das 90 mil unidades que pretende adquirir. Olho Público vem chamando atenção para o fato de que a SESAB vem tratando com falta de transparência o risco de desabastecimento dos medicamentos que compõem o kit intubação.

COVID-19: SESAB e PMS não encontram fornecedores para kit intubação

Fracassou mais uma tentativa da Secretaria da Saúde da Bahia (SESAB) para adquirir medicamentos utilizados por pacientes de UTI que dependem de intubação. A Prefeitura de Salvador, que enfrenta a mesma situação, continua procurando fornecedores de anestésicos e analgésico do kit intubação.

Ontem (6 de maio), a SESAB divulgou que sua mais recente licitação não encontrou fornecedor para o analgésico propofol e para o neurotransmissor dopamina. No final do mês passado, a SESAB conseguiu comprar somente 4 mil das 90 mil unidades de propofol que precisa adquirir. Nessa mesma licitação, foram adquiridas 29 mil unidades do relaxante muscular midazolan, uma pequena fração da demanda da SESAB, que é de 1,8 milhão de unidades.

Outra licitação da SESAB, que será encerrada em 17 de maio, busca adquirir o anticoagulante heparina sódica e o analgésico fentanil, cuja demanda é de 660 mil unidades.

A Prefeitura de Salvador, que não consegue comprar propofol desde março, abriu ontem licitação para aquisição desse e de outro anestésico do kit intubação, o tramadol. O prazo de entrega das propostas é de apenas três dias. Uma licitação para compra do anestésico dextrocetamina foi prorrogada devido à ausência de fornecedor.

Kit intubação: SESAB e PMS correm atrás de medicamentos

Prefeitura de Salvador e Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) continuam com dificuldades para adquirir medicamentos utilizados na intubação de pacientes de UTI. Licitações abertas ou encerradas hoje (27 de abril) sinalizam que já estão sendo buscados fármacos substitutos.

O item mais procurado é o midazolam. A Secretaria da Saúde do Salvador iniciou nesta terça-feira uma nova tentativa de adquirir de uma só vez 10 mil ampolas desse sedativo. O prazo de 48 horas para que possíveis fornecedores entreguem propostas é indicativo da pressa da Prefeitura de Salvador em adquirir o midazolam.

Por sua vez, a SESAB espera receber até hoje propostas de empresas capazes de entregar 3,6 milhões de unidades de medicamentos do kit intubação, incluindo 1,8 milhão de ampolas de midazolam, 660 mil unidades do analgésico fentanil e 90 mil do sedativo propofol, entre outras drogas – todas em grande volume.

Se a Prefeitura de Salvador e o governo estadual não conseguirem repor seus estoques, restarão três alternativas, sendo que nenhuma delas é animadora. No curto prazo, a mais factível é a substituição de medicamentos.

Lidocaína

Nesse sentido, a Secretaria Municipal da Saúde abriu hoje licitação para adquirir de uma só vez 5,5 mil ampolas de lidocaína. Médicos consultados por Olho Público afirmam que esse anestésico pode ser utilizado como substituto no kit intubação. Mas esse tipo de mudança não é bem vista por quem trabalha em UTIs, pois implica na assimilação de novos procedimentos em momento de grande demanda.

A segunda opção é esperar a ajuda do governo federal, que tem demonstrado pouca habilidade na logística de distribuição de insumos médicos necessários ao enfretamento da pandemia de COVID-19. Ontem (26 de abril), o Ministério da Saúde fechou negócio de R$ 33 milhões com um laboratório nacional, para fornecimento de midazolam e fentanil.

Embora seja uma medida de contingência, prevista em protocolos médicos, a terceira opção só não é pior do que a morte: amarrar os pacientes para que eles não lutem contra o incômodo da intubação sem sedativos, anestésicos e relaxantes neuromusculares, situação que transforma UTIs em câmaras medievais de tortura.

Kit intubação: SESAB omitiu risco de desabastecimento

Não surpreende Olho Público a informação publicada ontem (15 de abril) pelo site Bahia Notícias de que a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) só tem estoque dos medicamentos que compõem o kit intubação para mais 15 dias.

Desde 22 de março, Olho Público vem cobrando da SESAB um posicionamento transparente sobre essa questão, mas as respostas sempre afastaram o risco de desabastecimento. A insistência de Olho Público nesse questionamento tem dois motivos.

O primeiro deles é o acompanhamento feito pelo blog do sistema estadual de compras, que evidenciou o agravamento da dificuldade da SESAB em obter o kit intubação. Para alguns medicamentos, foram feitas três licitações consecutivas que não atraíram fornecedor.

Em um intervalo menor do que um mês, essas tentativas de compra viraram dispensas de licitação, que viraram compras emergenciais.

No último sábado (10 de março), conforme noticiado por Olho Público, a SESAB avisou aos fornecedores que aceita receber os medicamentos do kit intubação em qualquer quantidade.

Ontem (15 de março) foi declarada deserta licitação para compra do anestésico propofol, que até pouco tempo era adquirido sem dificuldades. Esse fato pode ser indicativo de que mais um medicamento do kit intubação virou item escasso no mercado.

Alerta à sociedade

O segundo motivo que levou Olho Público a cobrar da SESAB uma resposta clara sobre os estoques do kit intubação é a convicção de que essa informação deve ser passada à sociedade da mesma forma como é comunicado, como sinal de alerta o nível de ocupação das UTIs.

Olho Público sabe que a escassez de medicamentos do kit intubação é um problema nacional que agrava a crise provocada pela COVID-19. Mas se todas as tentativas para repor o estoque foram esgotadas, a SESAB precisa ser transparente, pois isso coloca mais pressão na questão do atendimento hospitalar.

Não adianta ter leitos de UTI disponíveis se não há como intubar pacientes de forma minimamente confortável por falta de medicamento. As pessoas precisam ser alertadas sobre isso. E a SESAB tem que considerar isso como oportunidade de reforço às campanhas de adesão às medidas de prevenção.