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Saúde

Kit intubação: SESAB e PMS correm atrás de medicamentos

Prefeitura de Salvador e Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) continuam com dificuldades para adquirir medicamentos utilizados na intubação de pacientes de UTI. Licitações abertas ou encerradas hoje (27 de abril) sinalizam que já estão sendo buscados fármacos substitutos.

O item mais procurado é o midazolam. A Secretaria da Saúde do Salvador iniciou nesta terça-feira uma nova tentativa de adquirir de uma só vez 10 mil ampolas desse sedativo. O prazo de 48 horas para que possíveis fornecedores entreguem propostas é indicativo da pressa da Prefeitura de Salvador em adquirir o midazolam.

Por sua vez, a SESAB espera receber até hoje propostas de empresas capazes de entregar 3,6 milhões de unidades de medicamentos do kit intubação, incluindo 1,8 milhão de ampolas de midazolam, 660 mil unidades do analgésico fentanil e 90 mil do sedativo propofol, entre outras drogas – todas em grande volume.

Se a Prefeitura de Salvador e o governo estadual não conseguirem repor seus estoques, restarão três alternativas, sendo que nenhuma delas é animadora. No curto prazo, a mais factível é a substituição de medicamentos.

Lidocaína

Nesse sentido, a Secretaria Municipal da Saúde abriu hoje licitação para adquirir de uma só vez 5,5 mil ampolas de lidocaína. Médicos consultados por Olho Público afirmam que esse anestésico pode ser utilizado como substituto no kit intubação. Mas esse tipo de mudança não é bem vista por quem trabalha em UTIs, pois implica na assimilação de novos procedimentos em momento de grande demanda.

A segunda opção é esperar a ajuda do governo federal, que tem demonstrado pouca habilidade na logística de distribuição de insumos médicos necessários ao enfretamento da pandemia de COVID-19. Ontem (26 de abril), o Ministério da Saúde fechou negócio de R$ 33 milhões com um laboratório nacional, para fornecimento de midazolam e fentanil.

Embora seja uma medida de contingência, prevista em protocolos médicos, a terceira opção só não é pior do que a morte: amarrar os pacientes para que eles não lutem contra o incômodo da intubação sem sedativos, anestésicos e relaxantes neuromusculares, situação que transforma UTIs em câmaras medievais de tortura.

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