Bahia registra aumento de vítimas de crimes violentos letais

O quantitativo de vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) na Bahia no primeiro semestre de 2021 aumentou de 6,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse dado faz parte do balanço semestral divulgado discretamente pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) no último sábado (21 de agosto), por meio de publicação na imprensa oficial.

Homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e latrocínio (roubo com resultado de morte) são classificados como CVLI. Tradicionalmente, o balanço semestral feito pela SSP contabiliza as ocorrências por Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP). Cada uma das dez RISP são subdividas em Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP), que agrupam municípios do interior, Salvador, Região Metropolitana (RMS) e Feira de Santana, além de bairros da capital baiana.

No cômputo geral, foram registrados na Bahia 2.943 vítimas de CVLI, o que equivale a aumento de 6,2% na comparação com o primeiro semestre de 2020, quando houve 2.771 vítimas. Os dados divulgados pela SSP não detalham qual crime violento letal intencional foi cometido.

Nas três RISP de Salvador houve aumento de vítimas de CVLI: Baía de Todos-os-Santos (364; +32,8%), Atlântico (137; +20,1%) e Central (211; +6%). Considerando a divisão por bairros da capital baiana, a AISP com maior volume de vítimas de CVLI no primeiro semestre de 2021 foi a de Periperi (113), seguida por São Caetano (99) e Pau da Lima (82).

As AISP de Salvador que registraram as mais altas variações percentuais são Rio Vermelho (20; +187,5%), Pau da Lima (82; +78,2%) e Liberdade (55; +77,4%). Em somente duas AISP de Salvador houve redução percentual: Tancredo Neves (74; -36,2%) e Barris (18; -10%).

Entre RISP formadas por municípios da RMS e interior da Bahia, o maior número absoluto de vítimas de CVLI foi registrado na Leste (622), que inclui Feira de Santana. A maior variação percentual é da RSIP Oeste (139; +33,6), composta pelas AISP de Barreiras, Bom Jesus da Lapa e Santa Maria da Vitória. Somente duas RISP fora da capital baiana apresentaram redução percentual: Região Metropolitana de Salvador (335; -14,1%) e Sudoeste (223, -0,4%).

A redução ou o aumento de CVLI influencia o valor do Prêmio por Desempenho Policial (PDP), bônus pago a policiais pelo governo da Bahia. No caso das AISP, existem três categorias de premiação, aplicadas conforme a redução no número de CVLIs. A meta geral para a Bahia, que é a redução de 6% a cada semestre, também garante bonificação.

SECTI cobra multinacional pelo uso de espaço no Parque Tecnológico

A filial brasileira da norte-americana Accenture, um dos maiores players globais de consultoria empresarial, tecnologia da informação e terceirização, está “inadimplente” quanto ao pagamento de aluguel pelo uso do Tecnocentro, espaço localizado no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador. Sindicâncias foram abertas para apurar essa situação e suposta fraude na emissão de boletos do aluguel cobrado à Accenture.

Na sindicância aberta pela Secretaria da Ciência e Tecnologia da Bahia (SECTI), a Coordenação do Parque Tecnológico da Bahia terá que dar explicações sobre a inadimplência da Accenture, e dizer se essa condição implicará na permanência (ou não) da multinacional no Tecnocentro.   A portaria que determina abertura de sindicância, publicada no último sábado (21 de agosto), não informa o valor da suposta dívida. O prazo para conclusão da sindicância é de 30 dias.

Olho Público procurou a assessoria de imprensa da Accenture, mas não obteve resposta. Em mensagem enviada ao blog, a assessoria de imprensa da SECTI pediu tempo adicional para responder as questões encaminhadas hoje (24 de agosto). Essa matéria será atualizada a qualquer momento, para inclusão do posicionamento da SECTI.

Fraude e adulteração

Outra sindicância envolvendo a presença da Accenture no Parque Tecnológico foi aberta pela Secretaria da Administração da Bahia (SAEB). A pasta investiga indícios de que um ex-servidor teria “fraudado/adulterado” Documentos de Arrecadação Estadual (DAE) emitidos para cobrança de “permissão de uso remunerada de bem imóvel, celebrada através da SECTI”.

Os boletos supostamente fraudados foram emitidos em 2017, com valores entre R$ 2,4 mil e R$ 14,8 mil. A portaria da SAEB não detalha qual tipo de vantagem foi supostamente obtida pelo ex-servidor, tampouco revela em que ano o investigado foi exonerado. Olho Público apurou que ex-servidor alvo da sindicância já trabalhou em gabinete de deputado estadual da Bahia.

Os boletos supostamente fraudados foram emitidos em 2017, com valores entre R$ 2,4 mil e R$ 14,8 mil. A portaria da SAEB não informa qual tipo de vantagem supostamente obtida pelo ex-servidor, tampouco revela em que ano o investigado foi exonerado. Olho Público apurou que ex-servidor citado pela sindicância já trabalhou em gabinete de deputado estadual da Bahia.