SAEB explica motivo do descredenciamento do IMEGI como OS

Na semana passada, Olho Público noticiou em primeira mão a perda do status de Organização Social (OS) do Instituto Médico de Gestão Integrada (IMEGI), entidade que em 2019 foi envolvida em suposto esquema de superfaturamento em contratos com a Prefeitura de Salvador. Nota enviada hoje (26 de abril) pela Secretaria da Administração da Bahia (SAEB) confirma que essa decisão é consequência da Operação Kepler.

Olho Público procurou a Secretaria da Saúde (SESAB) para saber as razões que motivaram a aplicação da penalidade ao IMEGI, mas esse ato é do Conselho de Gestão das Organizações Sociais (CONGEOS). Embora tenha participação do secretário estadual da Saúde, o CONGEOS é presidido pelo titular da SAEB, Edelvino da Silva Góes Filho.

A SAEB informou a Olho Público que a punição aplicada em caráter cautelar ao IMEGI foi tomada “após o CONGEOS ter sido informado sobre a Operação Kepler”. Sem o status de OS, o IMEGI fica impedido de realizar contratos com o governo da Bahia na área da saúde.

Embora o IMEGI não seja prestador de serviços à administração estadual, a SAEB esclareceu que a medida foi “balizada por orientação jurídica”, com o objetivo de preservar os recursos públicos “de um eventual contrato celebrado futuramente”. A nota diz ainda que foi aberto processo que pode levar à desqualificação definitiva do IMEGI como OS.

SESAB suspende organização social investigada pela PF

O Instituto Médico de Gestão Integrada (IMEGI), associação civil com sede em Salvador, está impedido de celebrar contratos com a Secretaria Estadual de Saúde (SESAB). A suspensão, que é cautelar, tem validade de 90 dias. O aviso divulgado pela SESAB não informa o motivo da suspensão, mas Olho Público apurou que foi instaurado processo administrativo para desqualificar o IMEGI como organização social.

Em março de 2019, o IMEGI foi envolvido na operação Kepler, criada pela Polícia Federal para investigar suposto esquema envolvendo facilidades em licitações e superfaturamento em contratos de gestão de três unidades de saúde da Prefeitura de Salvador. Como consequência da ação da PF, os pagamentos à IMEGI foram suspensos e licitações foram abertas para colocar outras organizações sociais no lugar da IMEGI.

Na esfera da administração estadual, o IMEGI é responsável pela gestão da UPA Mangabeiras, em Feira de Santana. Olho Público enviou um pedido de informações à SESAB para saber o motivo da penalidade e se isso implicará na contratação de outra organização social para a gestão da UPA Mangabeiras. Essa matéria será atualizada com a resposta da SESAB. Olho Público também procurou o IMEGI, mas ainda aguarda resposta.