Polícia investiga venda de carros armazenados no DETRAN

A Polícia Civil da Bahia abriu inquérito para investigar o suposto envolvimento de um investigador na venda de veículos guardados no pátrio do DETRAN, em Salvador. Segundo portaria publicada hoje (4 de abril), o policial teria atuado para “dar aparência de licitude” à operação, que oferecia automóveis por valores abaixo do mercado.

A companheira do investigador de polícia também teria participação no suposto golpe. Ela se apresentava “como esposa de policial civil e falsamente como servidora do órgão de trânsito, ludibriando os compradores, prometendo agilizar o processo de aquisição do bem, retirando-os da lista dos automóveis que seriam leiloados e direcionando-os aos adquirentes com toda documentação regularizada”.

A portaria da Polícia Civil detalha que o investigador acompanhava a companheira até instituições financeiras, “para recebimento, em dinheiro, do sinal pago para compra dos veículos”. “Após o pagamento, as vítimas não recebiam os veículos e quando procuravam o servidor e sua esposa, não conseguiam a devolução do valor pago”. O suposto esquema, que teria ocorrido entre 2017 e 2018, fez pelo menos cinco vítimas.

Olho Público apurou que o investigador policial alvo do inquérito é réu em ação penal que envolve denúncia por crime de estelionato. O processo, que tramita na 6ª Vara Criminal, em Salvador, foi iniciado em 2019.

Polícia da Bahia terá motos de montadora alemã?

A alemã BMW é a única empresa com oferta registrada em uma tomada de preços da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) para aquisição de motos destinadas à atividade de “segurança e escolta”. A proposta contempla o fornecimento de 100 veículos, com custo unitário de R$ 84 mil. O edital não informa se as motos serão utilizadas pela Polícia Militar ou por outro órgão subordinado à SSP.

Considerando o preço unitário registrado, é provável que a moto ofertada seja a BMW F 850 GS, de 850 cilindradas. Esse modelo – sem os equipamentos e adaptações de uso policial – é vendido no Brasil por R$ 72 mil. Além da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que faz uso de motos BMW apreendidas, somente quatro unidades federativas utilizam a marca alemã: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

No ano passado, o Governo do Mato Grosso do Sul adquiriu 20 unidades desse modelo, pelo valor de R$ 1,19 milhão (cerca de R$ 60 mil por unidade). As motos são utilizadas pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. A PM de Minas Gerais também utiliza esse modelo. As motos da BMW adquiridas pelo governo do Rio Grande do Norte são de um modelo mais barato, de 650 cilindradas.

Em 2016, a aquisição de 14 motos BMW de 800 cilindradas para uso do DETRAN-DF foi questionada pelo Ministério Público de Contas. Na avaliação dos procuradores, não havia motivos para que o DETRAN-DF adquirisse motos mais caras e com potência maior do que a de modelos utilizados pela PM e Corpo de Bombeiros, que escolheram motos de 650 cilindradas, fabricadas pela Honda.