Game “Minecraft” está na mira do Ministério Público da Bahia

Um dos jogos para computador, consoles e celulares mais populares do mundo, com mais de 126 milhões de jogadores, virou alvo de um inquérito civil do Ministério Público da Bahia. O caso começou a ser analisado em 2019, pelo Núcleo de Crimes Cibernéticos. O objetivo do processo é apurar “a existência de jogos destinados ao público infantojuvenil, com conteúdo de ‘apologia e incitação a crimes contra a vida’ denominado ‘Monster School’”.

Apesar de não haver referência direta a Minecraft, Olho Público apurou que Monster School é um mod (abreviatura em inglês para modificação) para o game. Há uma infinidade de mods disponíveis para download, sendo que a maioria foi criada pela própria comunidade de usuários. Existem várias versões de Monster School, pois um mod também pode ser adaptado por fãs e relançado.

Na prática, ninguém é obrigado instalar mods com conteúdo violento ou não recomendável para crianças e adolescentes. Existem modificações interessantíssimas para o Minecraft, a exemplo de Solar System Mod, que cria uma experiência de visita a outros planetas do sistema solar.

Olho Público não é fã de games e nem entende muito do assunto, mas espera ter dado uma singela contribuição ao trabalho do Ministério Público.

ViaBahia prevê investimento de R$ 4,6 bilhões para melhoria em estradas

Uma obra muito esperada por quem trafega entre Salvador e Feira de Santana pode estar perto de acontecer. O Ministério da Infraestrutura concedeu abatimento de impostos à concessionária ViaBahia para implantação de mais duas faixas (3ª e 4ª) na BR-324.

A portaria que autoriza a inclusão do projeto no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI) também prevê a duplicação em 443 quilômetros na BR-116, além de obras de drenagem, passarelas, terraplanagem e canteiro central.

O valor do projeto de investimento apresentado pela Via Bahia é de 4,6 bilhões. As suspensões fiscais concedidas à ViaBahia são estimadas em R$ 170 milhões.

Olho Público não conseguiu contactar a ViaBahia para saber se já existe cronograma para realização das obras ou se essas melhorias estão condicionadas a reajuste nas tarifas de pedágio.

A ViaBahia opera concessões na BR-116, BR-324, BA-256 e BA-528. Os valores das tarifas de pedágio cobradas pela empresa variam de R$ 1,45 a R$ 45,90, conforme trecho e tipo de veículo, de acordo com informações da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Gastos da Braskem com “evento geológico” podem ultrapassar R$ 9,2 bi

O Relatório da Administração da Braskem referente a 2020, divulgado nesta quinta-feira (18 de março), informa que o montante provisionado em virtude do “evento geológico em Alagoas” foi reajustado para R$ 9,2 bilhões. Mas o documento faz a ressalva de que a empresa “não pode descartar futuros desdobramentos relacionados ao tema ou a seus gastos associados, e os custos a serem incorridos pela Braskem poderão ser diferentes de suas estimativas”.

O que a Braskem chama de “evento geológico em Alagoas” é, na avaliação feita pelo Serviço Geológico do Brasil e pela Defesa Civil, “o maior desastre em curso no país”, conforme informação divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Desde 2018, quatro bairros de Maceió são afetados por rachaduras em ruas e imóveis. Causado pela exploração de sal-gema, matéria-prima obtida pela Braskem, o problema só vem se agravando.

O relatório informa que 4,2 mil imóveis foram desocupados até dezembro de 2020. A movimentação do solo transformou em ruínas partes dos bairros afetados. Os danos causados pela Braskem já comprometem uma área de 242 hectares.

Até 2019, a Braskem tinha aprovisionado R$ 3,83 bilhões em virtude do “evento geológico de Alagoas”. O reajuste feito em 2020 considera acordos firmados pela empresa com o Ministério Público, fechamento de 35 poços de extração de sal, relocação de pessoas, pagamento de auxílio emergencial, compensações financeiras e estabilização do solo, entre outras questões.

Linha férrea afetada

Também foram incluídos valores referentes a processos como a ação civil pública que cobra da Braskem R$ 6,7 bilhões, além de outras demandas, a exemplo da ação ajuizada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que exige R$ 1,3 bilhão para relocar trecho de linha férrea afetado pelo rebaixamento do solo.

Na avaliação da Grant Thornton, empresa responsável pela auditoria do Relatório da Administração da Braskem, o “evento geológico de Alagoas” é “uma área de risco devido às incertezas” e que “ações movidas por autoridades competentes podem alterar significativamente o valor da provisão”.

“Assim, a Companhia não pode descartar futuros desdobramentos relacionados ao tema ou a seus gastos associados, e os custos a serem incorridos pela Braskem poderão ser diferentes de suas estimativas”, destacam os auditores.