Considerado medicamento de alto custo, o Remdesivir poderá ser adquirido pela Prefeitura de Salvador para tratamento da COVID-19. Em resposta a um questionamento feito por Olho Público, a Secretaria Municipal da Saúde informou, sem mais detalhes, que a aquisição do antiviral “está em fase de avaliação”.
A empresa americana Gilead Science, fabricante do Remdesivir, já comunicou que pretende cobrar de países com o Brasil o mesmo valor praticado nos Estados Unidos, onde o custo do tratamento por pessoa equivale a R$ 17 mil.
No dia 22 de março, Olho Público noticiou em primeira mão que a Secretaria da Saúde da Bahia (SESAB) abriu dispensa de licitação emergencial para aquisição do Remdesivir.
O prazo para recebimento de propostas já terminou. Olho Público procurou a SESAB para saber a compra do medicamento já foi fechada, mas não houve resposta. Até o momento em que essa matéria foi publicada, não havia registro sobre essa aquisição nos canais de compras do governo da Bahia.
Embora o medicamento tenha fracassado contra o ebola e o vírus Marburg, inimigos primordiais do Remdesivir, o uso do antiviral contra a COVID-19 foi autorizado nos EUA. No Brasil, o uso do Remdesivir foi autorizado pela ANVISA no dia 12 de março. Ainda não há consenso entre médicos e pesquisadores brasileiros sobre a eficácia do Remdesivir no tratamento da COVID-19.
Em agosto do ano passado, artigo publicado no Journal of the American Medical Association sinalizou que o uso do Remdesivir contribuiu para reduzir o tempo de internação de pacientes com COVID-19. O estudo foi feito nos EUA, com 584 pacientes que apresentavam quadro moderado da doença, escolhidos aleatoriamente. A Gilead Science patrocinou esse estudo.