Apontado como medicamento que “não fornece um benefício de mortalidade para o grupo de pacientes hospitalizados com COVID-19”, em postagem recente feita no Twitter por Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia, o Remdesivir será adquirido pelo governo estadual por meio de dispensa de licitação anunciada hoje (22 de março).
A Secretaria de Saúde da Bahia pretende comprar 4.250 unidades do Remdesivir, na forma de “concentrado para solução para perfusão”. O prazo para entrega das propostas vai até amanhã (23 de março), o que significa que a SESAB tem pressa para adquirir o remédio.
O comentário de Villas-Boas foi feito no dia 12 de março, na mesma data em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou o uso do Remdesivir para tratamento de pacientes com COVID-19.
Apesar de reconhecer que o medicamento de alto custo “não fornece um benefício de mortalidade”, Vilas-Boas fez a ressalva de que o Remdesivir “encurta o tempo para melhora clínica quando administrado no início do curso da doença e/ou em pacientes com doença menos grave”.
Fracassou contra o ébola
Desenvolvido pela empresa americana Gilead Sciences, o Remdesivir é um antiviral criado como uma resposta a infecções por ébola e vírus de Marburg, mas o medicamento não obteve sucesso contra esses vírus.
O Remdesivir foi o primeiro remédio para tratamento da COVID-19 a receber a aprovação da FDA, órgão do governo americano equivalente à ANVISA. Na avaliação feita pela agência brasileira, o Remdesivir “impede a replicação do vírus no organismo, diminuindo o processo de infecção”.
No ano passado, a Gilead Sciences informou que o custo do tratamento com Remdesivir nos Estados Unidos poderia atingir cifra equivalente a R$ 17 mil por paciente.
A SESAB também anunciou hoje a compra de medicamentos do chamado “kit intubação” por meio de dispensa de licitação. O prazo para envio das propostas por parte das empresas interessadas vai até quarta-feira (24 de março).
Olho Público procurou a SESAB para saber quais serão os critérios para utilização do Remdesivir, que é considerado medicamento de alto custo. Por meio de nota,,a SESAB informou que o uso do remédio “vai obedecer aos parâmetros divulgados pela ANVISA, baseados em evidências científicas, considerando que reduz o tempo de internação de pacientes internados em estado grave”.
AVISO DO EDITOR: essa matéria foi atualizada em 24/03/2021 para inclusão de resposta enviada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB).