COVID-19: Jannsen-Cilag cede vacinas excedentes para a UFBA

A farmacêutica Jannsen-Cilag, braço da Johnson & Johnson, cedeu à Universidade Federal da Bahia (UFBA) doses excedentes da vacina Ad26.COV2.S, que já recebeu autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Esse material é sobra da pesquisa de desenvolvimento do imunizante, que contou com participação de 60 mil voluntários no Brasil.

Além da Bahia, os testes com a vacina Ad26.COV2.S também foram realizados no Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. O protocolo de pesquisa na Bahia foi conduzido pelo Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, que é parte da estrutura da UFBA em Salvador.

Conforme informação publicada na edição de hoje (11 de junho) do Diário Oficial da União, as vacinas excedentes serão utilizadas em um “programa de acesso expandido”, prática regulamentada pela ANVISA em 2013, para “uso compassivo e fornecimento de medicamento pós-estudo”.

Isso significa que essas vacinas serão reservadas a “portadores de doenças debilitantes graves e/ou que ameacem a vida e sem alternativa terapêutica satisfatória”, conforme determina a resolução RDC nº 38, de 12 de agosto de 2013. Pessoas que participaram dos testes clínicos não poderão receber essas doses excedentes.

Olho Público procurou a assessoria de imprensa da UFBA para saber quantas doses da Ad26.COV2.S foram cedidas pela Jannsen-Cilag, e quando elas serão aplicadas, mas não houve resposta. A assessoria de imprensa da farmacêutica prometeu enviar uma resposta, que será incluída nessa matéria a qualquer momento.

COIVID-19: Prefeitura avalia compra de antiviral de alto custo

Considerado medicamento de alto custo, o Remdesivir poderá ser adquirido pela Prefeitura de Salvador para tratamento da COVID-19. Em resposta a um questionamento feito por Olho Público, a Secretaria Municipal da Saúde informou, sem mais detalhes, que a aquisição do antiviral “está em fase de avaliação”.

A empresa americana Gilead Science, fabricante do Remdesivir, já comunicou que pretende cobrar de países com o Brasil o mesmo valor praticado nos Estados Unidos, onde o custo do tratamento por pessoa equivale a R$ 17 mil.

No dia 22 de março, Olho Público noticiou em primeira mão que a Secretaria da Saúde da Bahia (SESAB) abriu dispensa de licitação emergencial para aquisição do Remdesivir.

O prazo para recebimento de propostas já terminou. Olho Público procurou a SESAB para saber a compra do medicamento já foi fechada, mas não houve resposta. Até o momento em que essa matéria foi publicada, não havia registro sobre essa aquisição nos canais de compras do governo da Bahia.

Embora o medicamento tenha fracassado contra o ebola e o vírus Marburg, inimigos primordiais do Remdesivir, o uso do antiviral contra a COVID-19 foi autorizado nos EUA. No Brasil, o uso do Remdesivir foi autorizado pela ANVISA no dia 12 de março. Ainda não há consenso entre médicos e pesquisadores brasileiros sobre a eficácia do Remdesivir no tratamento da COVID-19.

Em agosto do ano passado, artigo publicado no Journal of the American Medical Association sinalizou que o uso do Remdesivir contribuiu para reduzir o tempo de internação de pacientes com COVID-19. O estudo foi feito nos EUA, com 584 pacientes que apresentavam quadro moderado da doença, escolhidos aleatoriamente. A Gilead Science patrocinou esse estudo.

SESAB faz licitação para compra de medicamento Remdesivir

Apontado como medicamento que “não fornece um benefício de mortalidade para o grupo de pacientes hospitalizados com COVID-19”, em postagem recente feita no Twitter por Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia, o Remdesivir será adquirido pelo governo estadual por meio de dispensa de licitação anunciada hoje (22 de março).

A Secretaria de Saúde da Bahia pretende comprar 4.250 unidades do Remdesivir, na forma de “concentrado para solução para perfusão”. O prazo para entrega das propostas vai até amanhã (23 de março), o que significa que a SESAB tem pressa para adquirir o remédio.

O comentário de Villas-Boas foi feito no dia 12 de março, na mesma data em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou o uso do Remdesivir para tratamento de pacientes com COVID-19.

Apesar de reconhecer que o medicamento de alto custo “não fornece um benefício de mortalidade”, Vilas-Boas fez a ressalva de que o Remdesivir “encurta o tempo para melhora clínica quando administrado no início do curso da doença e/ou em pacientes com doença menos grave”.

Fracassou contra o ébola

Desenvolvido pela empresa americana Gilead Sciences, o Remdesivir é um antiviral criado como uma resposta a infecções por ébola e vírus de Marburg, mas o medicamento não obteve sucesso contra esses vírus.

O Remdesivir foi o primeiro remédio para tratamento da COVID-19 a receber a aprovação da FDA, órgão do governo americano equivalente à ANVISA. Na avaliação feita pela agência brasileira, o Remdesivir “impede a replicação do vírus no organismo, diminuindo o processo de infecção”.

No ano passado, a Gilead Sciences informou que o custo do tratamento com Remdesivir nos Estados Unidos poderia atingir cifra equivalente a R$ 17 mil por paciente.

A SESAB também anunciou hoje a compra de medicamentos do chamado “kit intubação” por meio de dispensa de licitação. O prazo para envio das propostas por parte das empresas interessadas vai até quarta-feira (24 de março).

Olho Público procurou a SESAB para saber quais serão os critérios para utilização do Remdesivir, que é considerado medicamento de alto custo. Por meio de nota,,a SESAB informou que o uso do remédio “vai obedecer aos parâmetros divulgados pela ANVISA, baseados em evidências científicas, considerando que reduz o tempo de internação de pacientes internados em estado grave”.

AVISO DO EDITOR: essa matéria foi atualizada em 24/03/2021 para inclusão de resposta enviada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB).