WhatsApp e Facebook ajudaram a identificar sequestrador

Em decisão proferida na última segunda-feira (9 de agosto), um dos envolvidos no sequestro e desaparecimento de Marcos Costa Trinchão foi condenado a 26 anos de prisão. O empresário dono de supermercado foi raptado no dia 10 de fevereiro, na cidade de Pojuca (BA). A sentença revela que informações coletadas em redes sociais ajudaram a polícia a solucionar o caso.

Para chegar até Cícero dos Santos, um dos três homens que efetuaram o rapto, a polícia associou a um perfil no Facebook um dos celulares do sequestrador. Os policiais perceberam que a imagem do WhatsApp utilizado para exigir da família do empresário pagamento de resgate no valor de R$ 1 milhão reproduzia uma das tatuagens exibidas por Cícero na rede social.

Três policiais militares (dois soldados e uma cabo) lotados em Pojuca também participaram do sequestro. Cícero apontou como mandante um soldado que estava custodiado pela PM da Bahia. A ação foi comandada por meio de celular utilizado dentro da cela.

A família de Marcos Costa Trinchão entregou joias e R$ 35 mil reais aos sequestradores, que exigiram mais R$ 100 mil para libertar a vítima, o que não aconteceu. O corpo do empresário não foi encontrado. O juiz que aplicou a sentença a Cícero dos Santos declarou Trinchão com presumidamente morto, o que permite a expedição de um atestado de óbito.

Justiça decide caso que causou comoção em Juazeiro

O responsável pela morte do universitário Filipe Kupi, vítima de atropelamento ocorrido em outubro de 2015, em Juazeiro (BA), foi condenado a indenizar a mãe da vítima, Margarida Maria Soares Lima. Aluno do curso de Direito da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Filipe morreu ao tentar atravessar a avenida Santos Dumont, após ser atingido por automóvel conduzido Gilson Rodrigues de Barros Júnior.

Conforme sentença publicada hoje (11 de agosto), Gilson terá que pagar indenização por dano moral de R$ 350 mil à mãe do estudante morto aos 19 anos. Esse valor será corrigido pela inflação acumulada pela caderneta de poupança, contabilizada a partir da data da morte de Filipe.

Pelo motivo de lucro cessante, o réu também terá que pagar à mãe da vítima prestação mensal no valor de dois terços de um salário mínimo, “até quando a vítima completaria 25 anos, de idade e, a partir daí, reduzido para um terço até a data correspondente à expectativa média de vida da vítima, segundo a tabela do IBGE vigente na data do óbito ou até o falecimento da beneficiária”.

Filho único, Filipe foi morto na madrugada de 18 de outubro de 2015, em local próximo ao viaduto sob a rodovia BR-407. Segundo a sentença, o estudante foi “brutalmente atropelado” por Gilson, que conduzia automóvel “acima da velocidade permitida e com revelada imprudência, desobedecendo as mais elementares regras de trânsito”.

O réu fugiu sem prestar socorro. Em sua defesa, Gilson alegou que o atropelamento ocorreu por culpa de Filipe, que não usou a faixa de pedestre. Essa versão foi desconstruída por depoimento de testemunha que viu o estudante ser atingido quando estava “exatamente na faixa de pedestres”. Filipe Kupi morreu no local do acidente.

Polícia investiga venda de carros armazenados no DETRAN

A Polícia Civil da Bahia abriu inquérito para investigar o suposto envolvimento de um investigador na venda de veículos guardados no pátrio do DETRAN, em Salvador. Segundo portaria publicada hoje (4 de abril), o policial teria atuado para “dar aparência de licitude” à operação, que oferecia automóveis por valores abaixo do mercado.

A companheira do investigador de polícia também teria participação no suposto golpe. Ela se apresentava “como esposa de policial civil e falsamente como servidora do órgão de trânsito, ludibriando os compradores, prometendo agilizar o processo de aquisição do bem, retirando-os da lista dos automóveis que seriam leiloados e direcionando-os aos adquirentes com toda documentação regularizada”.

A portaria da Polícia Civil detalha que o investigador acompanhava a companheira até instituições financeiras, “para recebimento, em dinheiro, do sinal pago para compra dos veículos”. “Após o pagamento, as vítimas não recebiam os veículos e quando procuravam o servidor e sua esposa, não conseguiam a devolução do valor pago”. O suposto esquema, que teria ocorrido entre 2017 e 2018, fez pelo menos cinco vítimas.

Olho Público apurou que o investigador policial alvo do inquérito é réu em ação penal que envolve denúncia por crime de estelionato. O processo, que tramita na 6ª Vara Criminal, em Salvador, foi iniciado em 2019.

Polícia da Bahia terá motos de montadora alemã?

A alemã BMW é a única empresa com oferta registrada em uma tomada de preços da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) para aquisição de motos destinadas à atividade de “segurança e escolta”. A proposta contempla o fornecimento de 100 veículos, com custo unitário de R$ 84 mil. O edital não informa se as motos serão utilizadas pela Polícia Militar ou por outro órgão subordinado à SSP.

Considerando o preço unitário registrado, é provável que a moto ofertada seja a BMW F 850 GS, de 850 cilindradas. Esse modelo – sem os equipamentos e adaptações de uso policial – é vendido no Brasil por R$ 72 mil. Além da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que faz uso de motos BMW apreendidas, somente quatro unidades federativas utilizam a marca alemã: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

No ano passado, o Governo do Mato Grosso do Sul adquiriu 20 unidades desse modelo, pelo valor de R$ 1,19 milhão (cerca de R$ 60 mil por unidade). As motos são utilizadas pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. A PM de Minas Gerais também utiliza esse modelo. As motos da BMW adquiridas pelo governo do Rio Grande do Norte são de um modelo mais barato, de 650 cilindradas.

Em 2016, a aquisição de 14 motos BMW de 800 cilindradas para uso do DETRAN-DF foi questionada pelo Ministério Público de Contas. Na avaliação dos procuradores, não havia motivos para que o DETRAN-DF adquirisse motos mais caras e com potência maior do que a de modelos utilizados pela PM e Corpo de Bombeiros, que escolheram motos de 650 cilindradas, fabricadas pela Honda.

DPT investiga furto de cabos de geladeiras de cadáveres em Salvador

Fenômeno recorrente em cidades grandes, o furto de cabos metálicos não poupou o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), em Salvador (BA). O Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT) abriu sindicância para apurar “possível furto da tubulação de cobre” que alimenta a “a refrigeração das geladeiras novas”, destinada a armazenamento de cadáveres. Tubulações destinadas a geladeiras reservas também despareceram.

A portaria à qual Olho Público teve acesso não informa data de ocorrência dos dois incidentes, que são objeto de duas circulares, datadas de 4 e 9 de julho. O blog procurou a assessoria de comunicação do DPT para saber se o sumiço dos cabos prejudicou a conservação de cadáveres e o valor do prejuízo para o IML de Salvador, mas não houve resposta.