Vai faltar oxigênio na Bahia?

É de conhecimento geral que o agravamento da pandemia de COVID-19 provocou um aumento descomunal no consumo de oxigênio em todo o Brasil, seja na rede privada de hospitais ou no SUS. No início de janeiro, em meio à crise em Manaus, a White Martins, que também é a principal fornecedora de gases hospitalares para a Secretaria de Saúde da Bahia, confirmou que teve que ampliar a produção no Amazonas “até o limite”. No final daquele mês, durante visita a um hospital, o secretário municipal de Saúde, Léo Prates, declarou que não havia risco “iminente” de falta de oxigênio em Salvador.

No início de fevereiro, a White Martins respondeu à revista Veja que “a situação sanitária vivida em Manaus não se reflete em outras regiões do Brasil”. No entanto, de lá para cá o cenário da pandemia piorou em todo o país, com a média de mortes batendo recordes sucessivos. Diante disso, e do atraso na vacinação, a indagação é inevitável: pode faltar oxigênio na Bahia?

Olho Público escolheu não fazer essa pergunta ao Governo da Bahia ou à Prefeitura de Salvador. Em vez disso, a questão foi enviada diretamente ao ator principal, ou seja, à empresa responsável pelo abastecimento dos hospitais baianos. Eis a resposta da White Martins enviada nesta terça-feira (9 de fevereiro) a Olho Público:

A White Martins informa que o fornecimento de oxigênio vem sendo realizado regularmente aos seus clientes das redes de saúde pública e privada na Bahia, conforme estabelecido em contrato. A companhia tem mantido contato constante com os seus clientes e autoridades de saúde locais sobre as variações de consumo de oxigênio. Nestas oportunidades, a empresa solicita que sejam comunicadas formalmente e previamente as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto bem como a previsão da demanda. Isso porque compete às instituições de saúde públicas e privadas sinalizar qualquer incremento real ou potencial de volume de gases às empresas fornecedoras”.

A nota enviada a Olho Público pela assessoria de imprensa da multinacional acrescenta: “A White Martins – como qualquer fornecedora deste insumo – não tem condições de fazer qualquer prognóstico acerca da evolução abrupta ou exponencial da demanda”.

Em resumo, o que a empresa diz é que se houver um bom planejamento por parte da administração pública, não haverá falta de oxigênio na Bahia. Resumindo ainda mais: se avisar (com antecedência), não vai faltar.

Rede atacadista baiana quer captar R$ 110 milhões com operação na Bolsa

Comandada pelo soteropolitano Teobaldo Costa e por seu filho, Gabriel Nascimento da Costa, a rede Atakarejo, que possui 23 lojas na Bahia, fará uma emissão de 110 mil debêntures com valor unitário de R$ 1 mil, o que possibilitará à empresa captar R$ 110 milhões. A operação na B3, onde os títulos serão negociados, acontecerá na próxima segunda-feira (15 de março). A primeira vez em que a empresa fez uma operação como essa ocorreu em 2019, com o objetivo de captar R$ 80 milhões. Naquela ocasião o lançamento das debêntures do Atakarejo foi coordenado pelo Bradesco e pela corretora XP.

Olho Público apurou que a nova emissão de debêntures foi decidida na última assembleia geral extraordinária do Atakarejo, realizada no início deste mês, em Salvador. Para quem decidir adquirir esses títulos, a remuneração paga ocorrerá da seguinte forma: sobre o valor no nominal unitário (R$ 1 mil) incidirão juros remuneratórios correspondentes a 100% da variação acumuladas das médias diárias da taxa CDI, mais uma sobretaxa de 2,50% ao ano. O prazo dessas debêntures é de sete anos.

Recorrer à emissão de debêntures é uma alternativa para empresas que querem captar recursos com uma taxa que costuma ser mais vantajosa do que a dos juros dos financiamentos bancários. Com o volume que será captado por meio de sua segunda emissão de debêntures, a rede Atakarejo vai reforçar seu caixa e capital de giro, bem como prolongar o alongamento do passivo financeiro, conforme consta na ata da última assembleia geral extraordinária.