Resultado da Desenbahia sinaliza preocupação com aumento de risco

Em meio a um cenário de crise, com a economia impactada pela pandemia de COVID-19, a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) encerrou 2020 com lucro líquido de R$ 29,8 milhões, valor que supera em 81% o resultado obtido em 2019. Dentre os fatores que contribuíram para esse desempenho estão os aumentos de 38% nas receitas provenientes de intermediação financeira e de 32,2% nas receitas de operações de crédito.

Por outro lado, a redução da taxa SELIC “para um patamar histórico” impôs um significativo revés para a Desenbahia, materializado na redução de 57,4% no resultado de títulos e valores mobiliários, segundo informações que constam no relatório da administração de 2020, divulgado ontem (25 de março) pela Desenbahia.

Outro dado que chamou a atenção de Olho Público foi o índice de aumento da inadimplência na carteira de empréstimos da Desenbahia, que saltou de 0,70% para 1,25%.

Em função do aumento de risco inerente ao cenário econômico, a Desenbahia “alterou sua política de alçadas para operações de giro sem garantia real, que passaram a tramitar pelo Comitê de Concessão de Crédito e Diretoria Colegiada, a partir do valor de R$ 50 mil. Anteriormente, as operações até R$ 250 mil eram deliberadas pelo Comitê Interno da Diretoria de Operações”.

O relatório revela ainda que na análise de cada operação de crédito “é avaliado o impacto da pandemia no setor de atuação da empresa, bem como as medidas adotadas pela empresa para enfrentar os impactos da crise. Na análise das operações de crédito para investimento foram adotadas premissas mais conservadoras, levando em consideração o impacto na pandemia no negócio analisado”.


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