Kit intubação: SESAB omitiu risco de desabastecimento

Não surpreende Olho Público a informação publicada ontem (15 de abril) pelo site Bahia Notícias de que a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) só tem estoque dos medicamentos que compõem o kit intubação para mais 15 dias.

Desde 22 de março, Olho Público vem cobrando da SESAB um posicionamento transparente sobre essa questão, mas as respostas sempre afastaram o risco de desabastecimento. A insistência de Olho Público nesse questionamento tem dois motivos.

O primeiro deles é o acompanhamento feito pelo blog do sistema estadual de compras, que evidenciou o agravamento da dificuldade da SESAB em obter o kit intubação. Para alguns medicamentos, foram feitas três licitações consecutivas que não atraíram fornecedor.

Em um intervalo menor do que um mês, essas tentativas de compra viraram dispensas de licitação, que viraram compras emergenciais.

No último sábado (10 de março), conforme noticiado por Olho Público, a SESAB avisou aos fornecedores que aceita receber os medicamentos do kit intubação em qualquer quantidade.

Ontem (15 de março) foi declarada deserta licitação para compra do anestésico propofol, que até pouco tempo era adquirido sem dificuldades. Esse fato pode ser indicativo de que mais um medicamento do kit intubação virou item escasso no mercado.

Alerta à sociedade

O segundo motivo que levou Olho Público a cobrar da SESAB uma resposta clara sobre os estoques do kit intubação é a convicção de que essa informação deve ser passada à sociedade da mesma forma como é comunicado, como sinal de alerta o nível de ocupação das UTIs.

Olho Público sabe que a escassez de medicamentos do kit intubação é um problema nacional que agrava a crise provocada pela COVID-19. Mas se todas as tentativas para repor o estoque foram esgotadas, a SESAB precisa ser transparente, pois isso coloca mais pressão na questão do atendimento hospitalar.

Não adianta ter leitos de UTI disponíveis se não há como intubar pacientes de forma minimamente confortável por falta de medicamento. As pessoas precisam ser alertadas sobre isso. E a SESAB tem que considerar isso como oportunidade de reforço às campanhas de adesão às medidas de prevenção.

Mais dois aeroportos baianos não pagaram conta de luz

Já chega a três o número de aeroportos operados pela concessionária São Francisco Administração Aeroportuária e Rodoviária que deixaram contas da Coelba em aberto. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA) quer saber por que não foram pagas faturas referentes aos aeroportos de Caravelas e Teixeira de Freitas.

Conforme noticiado em primeira mão por Olho Público, a São Francisco também “pendurou” conta de energia elétrica do aeroporto de Barreiras. Segundo resposta enviada pela assessoria de comunicação da AGERBA, a fatura atrasada já foi paga pela concessionária.

A AGERBA também exige que a São Francisco envie comprovantes da obra de ampliação do estacionamento do aeroporto de Teixeira de Freitas e um relatório sobre a condição dos bens do aeroporto de Caravelas. Em Barreiras, a empresa é cobrada pela AGERBA a comprovar a realização de investimentos previstos no contrato de concessão.

Edifício A Tarde vira garantia em negócio de R$ 64 milhões

Acionista da empresa proprietária do edifício A Tarde, na praça Castro Alves, em Salvador, a Prima Empreendimentos Inovadores fará sua primeira emissão de debêntures, dando como garantia o prédio onde funciona o hotel Fasano. O objetivo é captar R$ 64 milhões para “aquisição, construção e desenvolvimento de empreendimentos imobiliários”. Essa operação foi decidida na semana passada, mas só foi revelada hoje (16 de abril), com a publicação de ata da assembleia geral.

A emissão de debêntures da Prima será do tipo privada, o que significa que os títulos ficarão com um número restrito de investidores. Nesse caso, as debêntures serão parte de um negócio que envolve a empresa paulista True Securitizadora, que usará os títulos emitidos pela Prima como lastro para uma emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Esses papéis poderão ser distribuídos pela True por meio de oferta pública.

A ata da assembleia da Prima que decidiu pela emissão debêntures não informa em quais empreendimentos serão investidos os R$ 64 milhões que serão captados. Fundada em 2005, a empresa soteropolitana controlada por espanhóis está construindo dois hotéis e um loteamento no litoral norte da Bahia, na localidade de Baixio, que é parte do município de Esplanada.