Saúde

Plano de saúde opera irregularmente em Salvador

Embora tenha sido descredenciada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no dia 10 de março, a empresa Bahia Odonto, que tem sede em Salvador, continua comercializando planos de saúde, conforme constatado por Olho Público. Atuando em endereço diferente daquele que aparece em seu site, a Bahia Odonto alega ter sido comprada e que sua carteira de clientes foi adquirida por outra empresa.

Essas informações foram obtidas por Olho Público, que encontrou em contato com a Bahia Odonto se passando por consumidor interessado em adquirir plano odontológico. Toda a conversa foi gravada.

Ao ser questionado se a empresa funciona no endereço que aparece no site (Tororó), o vendedor informou que a Bahia Odonto foi comprada por outra empresa, com sede no Tocantins, e que o escritório em Salvador fica na Barra. Ele também disse que a carteira de clientes da Bahia Odonto foi vendida.

O representante da Bahia Odonto enviou a Olho Público, por meio do WhatsApp, ficha cadastral onde aparece o nome de outra empresa, sediada no Tocantins. No entanto, diante das indagações, ele apagou o documento antes que o arquivo fosse salvo.

Procurada por Olho Público, a ANS informou que antes do cancelamento compulsório de registro da Bahia Odonto, “foram concedidas diversas portabilidades especiais para que seus beneficiários migrassem para outras operadoras sem cumprir novos prazos de carência”. No entanto, a ANS informou que não houve solicitação de aquisição da carteira de beneficiários da Bahia Odonto por outras operadoras.

Em sua resposta a Olho Público, a ANS afirma ainda “não ser possível a operação de planos de saúde pela Bahia Odonto após 10/03/2021, data em que todos os produtos da operadora foram cancelados, bem como o seu registro”. “A empresa não pode mais atuar como operadora. Eventual operação sem registro será verificada”, diz a nota enviada pelo órgão regulador.

Olho Público procurou a Bahia Odonto para que a empresa comentasse as informações enviadas pela ANS, mas não houve retorno. A assessoria de comunicação do Procon-BA também foi procurada. Embora tenha confirmado o recebimento do pedido de informações enviado por Olho Público, o órgão fiscalizador estadual não enviou resposta.

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