DESAL não explica contratação de escritório de advocacia sem licitação

Por R$ 30 mil, a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (DESAL), que é subordinada à Secretaria de Manutenção da Cidade (SEMAN), contratou, com dispensa de licitação, o escritório de advocacia Evanio Antunes, Philigret e Advogados Associados, que atende pelo nome de fantasia Advocacia e Assessoria Jurídica Estratégica (AJAE).

Segundo o resumo de dispensa de licitação publicado na última quarta-feira (30 de junho), o negócio envolve “prestação de consultoria e assessoria, de caráter técnico-especializado, cujos serviços são destinados a controle e acompanhamento da execução de atos administrativos vinculados a processos licitatórios na modalidade pregão eletrônicos”.

Olho Público procurou a assessoria de comunicação da DESAL para obter a justificativa da necessidade dessa contratação, mas não obteve resposta. Se a assessoria de comunicação da SEMAN quiser prestar o esclarecimento negado pela DESAL, o espaço está aberto.

O blog compartilhou com o Ministério Público da Bahia a contratação do escritório de advocacia com dispensa de licitação. Promotora de justiça procurada pelo Olho Público prometeu analisar o caso.

Leu essa matéria em outro local? Saiba que ela foi publicada originalmente por Olho Público. Todas as informações publicadas aqui são dadas em primeira mão, mas podem ser republicadas, desde que Olho Público seja citado como fonte da informação.

Hospital Aliança recebe autorização para obra de ampliação

Foi publicada hoje (18 de junho) a licença ambiental que autoriza a realização de obras de reforma e ampliação no Hospital Aliança (HA), em Salvador. O documento expedido pela Prefeitura de Salvador tem validade de quatro anos. Olho Público procurou a assessoria de imprensa do HA saber quando as obras serão iniciadas, mas não obteve resposta.

Conforme a autorização, o HA poderá ser ampliado em até 18 mil metros quadrados, o que incluirá a construção de uma nova torre. Essa obra é parte do acordo com a Rede D’Or São Luiz, grupo fluminense que adquiriu o HA em 2020. O terreno de 62 mil metros quadrados ocupado pela unidade hospitalar ainda pertence à Aliança da Bahia Patrimonial, que é a titular da licença ambiental.

Prefeitura gasta R$ 4,9 milhões com serviço que deveria ser permanente

Por R$ 4,9 milhões, a Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria da Educação, acaba de contratar empresa que fará produção, gravação, edição e transmissão de videoaulas para alunos da educação infantil, fundamental e EJA (educação de jovens e adultos). O contrato é de um ano. A licitação atraiu oito empresas, incluindo duas emissoras de TV de Salvador.

A principal justificativa para essa contratação é a pandemia de COVID-19, que comprometeu o andamento das atividades escolares presenciais na rede municipal de ensino. Por meio desse serviço, a Prefeitura de Salvador pretende disponibilizar, a cada mês, 1.380 videoaulas de 30 minutos. “Nesse novo projeto as aulas serão gravadas em estúdio considerando a retomada iminente do atendimento presencial dos alunos nas escolas”, detalha o edital da licitação.

A ideia é boa, mas Olho Público avalia que a solução escolhida contraria o bom senso e o interesse público. Só não é pior porque a oferta feita pela empresa vencedora da licitação é ligeiramente inferior à metade do valor estimado pela Prefeitura de Salvador: R$ 10 milhões, conforme o edital da concorrência, publicado em fevereiro.

Por R$ 4,9 milhões a Secretaria Municipal de Educação pode adquirir uma estrutura permanente para a gravação e difusão de videoaulas – e ainda vai sobrar muito dinheiro. Não acredita? Procure saber o porte da estrutura utilizada por cursos preparatórios para concursos púbicos, que diariamente gravam, editam e transmitem videoaulas que chegam a milhares de pessoas em todo o Brasil. Alguns cursos desse tipo funcionam em Salvador.

Parcerias e alternativas

Outro ponto questionável é a necessidade de estúdios para as gravações. É perfeitamente possível gravar esses conteúdos com equipamento portátil, obtendo resultados de excelente qualidade. Mas se a utilização de estúdio for imprescindível, por que não buscar parceira com instituições públicas estaduais, como o Instituto Anísio Teixeira (IAT), que possui seis estúdios e equipamentos para edição?

Quanto à edição das aulas, por que não transformar essa demanda em oportunidade de formação profissional para alunos da rede municipal? Assembleia Legislativa da Bahia e Câmara Municipal de Salvador também possuem equipamentos de produção e edição. Quanto à difusão do conteúdo em canais de TV, é perfeitamente possível inserir essas videoaulas nas grades dos canais da Câmara e da Assembleia, transmitidos em UHF.

Olho Público não vai perder tempo direcionando essas questões à assessoria de comunicação da Prefeitura de Salvador, que reiteradamente tem ignorado os pedidos de informação do blog. Por outro lado, Olho Público acredita que esses questionamentos não escaparão ao olhar atento do Ministério Público da Bahia. Mas se a Prefeitura de Salvador quiser se manifestar, o espaço está aberto.

Sífilis: volume de casos faz MP prorrogar monitoramento do combate à doença

Entre 2018 e 2019, o número de casos de sífilis por 100 mil habitantes em Salvador sofreu forte redução, caindo de 6.362 para 1.383 (diminuição de 78%), segundo dados obtidos por Olho Público junto ao Ministério da Saúde. Mas se forem comparados aos dados de 2010, quando Salvador registrou 12 casos para 100 mil habitantes, os números mostram que a evolução da doença na capital baiana permanece em patamar elevado.

Os dados referentes a 2020 ainda estão sendo computados pelo Ministério da Saúde. Até o final de junho do ano passado, foram detectados em Salvador 286 casos de sífilis para 100 mil habitantes. Para acompanhar o desempenho da Prefeitura de Salvador no combate à sífilis, o Ministério Público da Bahia decidiu prorrogar por mais um inquérito que deveria ter sido concluído ao final de maio.

Em 2018, o MP recomendou à Secretaria Municipal da Saúde que realizasse sindicância para “apurar as responsabilidades dos profissionais dos Postos de Saúde do Município de Salvador, referentes aos casos de sífilis congênita comunicados pelas Maternidades desta cidade, com identificação da origem da paciente através do Cartão SUS e seu endereço residencial”.

COVID-19: SESAB vai adquirir veículos para cadáveres de obesos

Com recursos liberados pelo governo federal “no contexto da emergência em saúde” provocada pela pandemia de COVID-19, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) vai adquirir dois veículos para reforçar a capacidade de atendimento do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em Salvador e municípios da Região Metropolitana.

Segundo o termo de referência da licitação, disponível no site Comprasnet Bahia (www.comprasnet.ba.gov.br), os dois “rabecões” serão destinados ao “recolhimento de corpos de pessoas obesas, bem como para trafegar em locais de difícil acesso e de grandes declives”. Os veículos precisam ser novos, fabricados com antecedência de seis meses da data de conclusão da licitação.

Empresas interessadas em ofertar propostas deverão entregar a documentação exigida em edital até a próxima sexta-feira (11 de junho), na Comissão Permanente de Licitação da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde, que funciona no prédio da SESAB (Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador (BA).